A dica desta semana é a nova série "Zero, Dez, Vinte", do canal Futura.
Há 20 anos, o Rio de Janeiro recebia a Eco-92, uma conferência mundial que pretendia conciliar desenvolvimento econômico e responsabilidade socioambiental. Duas décadas depois, o que mudou?Como os impactos desta transformação são sentidos na pele de quem nasceu em 1992?
- Sobre
A série de documentários Zero, Dez, Vinte – As crianças do Rio retrata a vida de onze crianças nascidas em vários países ao redor do mundo e resgata estas questões. Dividida em três episódios semanais, a série estreou no Canal Futura na ultima quinta-feira (16), às 21h. A produção é da ONG inglesa TV for The Environment (tve).
Onze jovens de países diferentes – vindos do Brasil, China, Índia, Quênia, Letônia, Noruega, Papua Nova Guiné, África do Sul, Inglaterra e Estados Unidos – têm suas trajetórias acompanhadas desde o dia em que nascem, no ano da conferência (1992), até os dias atuais. O resultado é uma espécie de diário que relata como é crescer no século XXI. Os personagens compartilham suas esperanças, medos e ambições em dois momentos: na infância, aos dez anos de idade, e no início da vida adulta, aos 20 anos.
Mais do que questionar o impacto da realização da Eco-92 na vida de pessoas, o filme apresenta realidades permeadas pelas particularidades de cada protagonista, ao londo de duas décadas, em diferentes regiões do mundo.
Bruno Sorrentino, o diretor da obra, lançada por ocasião da Rio+20, conta que para acompanhar as crianças sem saber quem elas eram e qual seria o destino de cada uma, optou por partir do contexto familiar. “A série mostra como o mundo está mudando”, afirma Sorrentino. A biografia de cada personagem traz à tona importantes questões da atualidade.
Ao longo da série, os documentários evidenciam histórias antagônicas, como as de Rosamaria, nascida na favela da Rocinha (Rio de Janeiro), e da chinesa Kay-Kay. Zero, Dez, Vinte – As Crianças do Rio revela ainda alterações no contexto de países, como a situação de crise industrial no Reino Unido e os notórios avanços econômicos da China.
- Conheça um pouco dos personagens
Rosamaria nasceu na Rocinha, uma das maiores favelas do Rio de Janeiro. Aos 20 anos, interrompeu os estudos e engravidou de seu segundo filho.
Panjy (Panjarvanam) nasceu na aldeia de Manachpuram, em Tamil Nadu (sul da Índia), em uma família dependente da indústria local de fogos de artifício. Ela lamenta não continuar estudando, mas sua família não pode pagar pela sua educação. Panjy trabalha para pagar dívidas familiares e, pelo mesmo motivo, aceitou um casamento arranjado.
Erdo é um dos 16 filhos nascidos em uma família de nômades criadores de gado, no norte do Quênia – uma região atingida frequentemente por secas cada vez mais intensas, devido às mudanças climáticas do planeta. Depois de vinte anos, Erdo deixou sua família e se juntou a uma gangue de rua na cidade local. Mas, por insistência da mãe, ele voltou à escola e nutre grandes ambições: quer ser advogado e lutar contra a corrupção no seu país.
Kay-Kay é filha única, nascida na próspera cidade de Cantão, no sul da China. Ela representa o milagre econômico daquele país, nos últimos 20 anos. Seus pais trabalharam muito para pagar seus estudos e lhe proporcionar um lar confortável. Kay Kay se prepara para ir à Universidade e procura um emprego de meio período.
Justin e Vizumsi nasceram em famílias diferentes na África do Sul. Suas histórias traduzem as grandes conquistas possibilitadas com o fim do apartheid, mas também mostram o abismo profundo deixado como legado. Justin é de uma família de agricultores nas planícies férteis de Eastern Cape, frequentou uma escola particular tradicional segregacionista e estuda na Universidade de Cape Town.
A vida do Vizumsi foi muito diferente. Ele cresceu em Thornhill e, aos 10 anos, preocupava-se com a constante violência de seu município – particularmente contra as crianças. Vizumsi foi assassinado, aos 17, anos por um alcoólatra, na rua. Um crime sem motivo aparente.
Hailey nasceu em Merseyside, no noroeste do Reino Unido. Seu pai, Brian, trabalhava como mineiro, mas perdeu o emprego na sequência de greves na década de 1980. Vinte anos depois, ele precisa trabalhar em empregos precários e sua mãe sofre de doença crônica, devido à negligência médica. Com a separação dos pais e o desemprego no país, Hailey se dedica a cuidar de sua mãe, mas sonha em ter uma carreira.
Stephanie, nascida no norte da Califórnia, era filha de madeireiro.
Martens nasceu na capital da Letônia, Riga, no período em que o capitalismo estava começando a substituir o sistema comunista da antiga União Soviética.
Angela nasceu numa ilha remota de Lihir, em Papua Nova Guiné, onde uma empresa global de mineração descobriu minas de ouro. As famílias foram evacuadas para permitir a exploração em grande escala.
Amelia foi criada no norte da Noruega, em uma comunidade que pratica a pesca de baleias.
- QUANDO VER
Zero, Dez, Vinte – As Crianças do Rio
Quintas-feiras (16, 23 e 30 de agosto), às 21h
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